domingo, 1 de novembro de 2009

Vencedores e vencidos...





Vencedores e vencidos...

Águida Hettwer

Nada mais brilhante do que a memória de alguém bem vivido. Cada pequeno detalhe soma-se a outros, num livro sendo escrito dia após dia. Oposto para alguns onde a vida passa despercebida pela janela trancafiada da alma, não se vê o viço das flores, e nem o perfume que embriaga. As lembranças incrustam de pó e manchas de mágoas.

Quem nunca teve medo de escuro, que acenda primeiro a luz. Entre tantas escolhas, por receio das conseqüências, deixamo-nos envolver pela cortina do comodismo. Temos a desculpa na ponta da língua, o tempo, a idade, os filhos, os pais, enfim, uma infinidade de objeções.


O tropeço não se limita em quedas, vem muitas vezes para nos encorajar a seguir um novo rumo, e descobrir o potencial que estava adormecido. Por falta de estímulo, não se perde uma guerra. Usa-se das armas que tem em mãos, a criatividade liberta e intensifica, a ousadia sobrepõe.


O bem-sucedido levanta-se cedo, põe em pratica os rascunhos do papel, conclui as tarefas do dia. A inércia anda em círculos, e não sai do chão. Senta-se nele para reclamar, e culpar os outros por sua condição.


Os vencedores, mesmo na humildade enfeitam a casa, zelam por seus pertences, cultuam a boa educação dos filhos. Nos vencidos, o zelo, o adorno, enterram no comodismo.

No espetáculo da vida que se inicia a cada novo raio de luz, somos o palco, os protagonistas, a platéia animada, trabalhando e lutando, nessa jornada terrena. Na esperança que nos move a seguir em frente, de dias melhores para toda gente.

Feito criança, seguramos nas paredes, arrastamos sonhos, caímos, levantamos. Equilibrando-se na corda bamba da vida, rindo, chorando. Sentimo-nos seguros quando alguém estende os braços e diz: - Vem!

Somos aprendizes nessa passagem, quantas vezes o sol queimará a face, e o frio errepiará a pele, até cumprir a missão. Confessar fraquezas, não significa desmerecer os méritos. Os grandes homens da história, por muitas vezes se enganaram, quebraram regras, usaram a ousadia de várias formas e fizeram à diferença.

Os vencedores não se entregam em uma luta. Os vencidos sentam-se acomodados, aguardando apenas a morte bater nas costas.

07.08.2009

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