sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz Ano novo!




Feliz Ano novo!
Águida Hettwer

Quiçá em uma folha em branco, reescrever a história,
Desse novo ano que vem despontando.
Em cada fração de segundo, viver intensamente!
Libertar-me das algemas e cargas pesadas,
Dando asas aos sonhos.

Colhendo as boas novas,
De criança feliz, correndo nos palcos da vida,
Respirando ar puro,
Sem a poluição da maldade no mundo.

Rasgando etiquetas e regras,
Ressuscitando a fé no coração do homem,
Conjugando o amor a todo ser vivente,
Redefinindo prioridades.

Abstinência de orgulho e vaidades,
Enveredando-me em caminhos inéditos,
Pelos quais sonhei por muitos anos.

Permitir-me...
A sorrir, do que lamentar,
Construir novos projetos,
Em vez de reformar idéias antigas.


Quisera pisar nas bordas do tempo,
Traçando metas ousadas,
Renovando esperanças,
Unindo alianças
Com a felicidade!



26.12.2007

Tela de Poema



Tela de poema
Águida Hettwer


Seguro na mão a palheta de cores,
Rabisco na tela cultuando poentes alvores,
A poesia de meus dias,
Palavras recolhidas nas sangrias.

Arrastam emoções febris,
De almas em consonância,
Sonhos deitados sobre os vôos de colibris,
Nas paragens de uma estância.

Por vezes choram desenganos fragmentados
Frágeis papoulas dos outeiros,
Almas abraçadas em jardins de lágrimas.


Delineando rota anunciada,
Murmúrios cantam, no palco dos sentimentos,
Esculpindo sonhos na alvorada.

08.11.2007

Sou o que sou...


Sou o que sou...
Águida Hettwer


Trago nas mãos a suavidade da lua,
Contornando as almas apaixonadas,
Deleito-me nos silêncios das madrugadas,
Sou a poesia deitada nas rimas.

Extraí o doce do mel e lancei nas palavras,
Estatelei o fel das entranhas,
Num sonho imaculado pousei sobre ti,
E hoje, já não sou eu que vivo em mim...

Sou conjunto de letras,
Que traduzem sentimentos,
A essência da razão
Que perdi em alguns momentos.

A voz desafinada,
Que embargou e ficou calada,
A lágrima que desceu e secou na face,
E ninguém notou...

Sou a fragrância que exala,
Dos frascos dos perfumes,
A flor que germina sem ser semeada,
A brisa que envolve as madrugadas.

Tenho intimidade com o sopro do vento,
Em ecos multiplicados
Balançam meus pensamentos
Nos trigais em terras longínquas.

Sou o que sou...
Incógnita sem rima.


20.11.2007

Viver é uma arte




Viver é uma arte
Águida Hettwer

Quisera nesse papel, escrever um mapa que desse acesso,
Ao caminho da felicidade.
Aonde as pessoas pudessem ser felizes com o que a vida lhes deu de presente.
Pelo simples fato, de estar em pé para o que der e vier.
Viver de lembranças não basta, mas viver constantemente cada segundo,
Sem se importar com os absurdos da vida, tendo fé que o dia de amanhã é uma criança,
Que necessita de nossa ajuda para poder dar o primeiro passo.
Não existe vitória, sem sofrimento, ou abdicação de algumas coisas e prioridades em outras.
O que seria da cura, se não existisse a doença, para batalhar e lutar pela vida,
Independente das circunstâncias.
Imagine parar o tempo, na infância e viver soltando pandorga pelos ares,
Brincando de pega-pega e esconde-esconde.
Sem descobrir o brilho no olhar diferente do primeiro amor na adolescência,
O coração palpitar, as mãos suar, o corpo todo estremecer, passar horas e mais horas pensando na pessoa amada, sem ter o que fazer.
Mesmo que mais tarde, não foi tudo aquilo que você planejou,
Os sonhos a dois não foram compartilhados
E daí!
Pelos menos você tentou ser e fazer alguém feliz.
Então pense não presenciar a sua passagem no vestibular, o balançar das chaves do primeiro carro e a sua promoção no trabalho.
Das contas vindas em seu nome, e a responsabilidade aumentando conforme os anos.
E o dia do “sim” para pessoa amada, dos convidados a porta da igreja lhe cumprimentando pelo dia fabuloso e cheio de sonhos.
Imagine, você acariciando a barriga e sentindo o seu filho se movimentando,
E tão pequenino e frágil lutando pela vida.
O primeiro choro, o primeiro passo em sua direção e balbuciando,
Papai! Ou mamãe estendendo os braçinhos lhe pedindo colo.
E nas apresentações da escola, poder aplaudir na primeira fila, um pedaço de si.
E quando teus cabelos grisalhos denunciarem que os anos se passaram depressa,
Você possa olhar para trás, e ver que sua vida não foi em vão.
Porque em cada segundo lutou, brigou, sorriu e chorou,
Tentando ser feliz, custando o que custar.
Muitas lágrimas foram derramadas, mescladas ao pó da estrada,
Mas a certeza que plantou flores em solo fértil e hoje colhe sorrisos
A beira do caminho.
Muitos amigos você conquistou, em muitos lugares deixou saudade...
Vivendo o hoje com intensidade em cada segundo.


24.11.2007

A ti minha poesia



A ti minha poesia
Águida Hettwer


Brisa que rega a raiz do poema,
Afugenta a tristeza incrustada
Na inconstância de mim, pobre dilema,
Em teu beijo alado prostrada.


Na perfeita rima que molda cada verso,
No sorriso que ofusca o medo,
As canções que cantam segredos,
Sonhos partilhados.


Moldura de luz personificada,
Nos versos de amor que te fiz,
Vórtice de sentimentos por um triz.


Adormeço na emoção abraçada
Sonhos de paixão intercalada,
Alma concebida, a ti minha poesia confirmada.


04.12.2007

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Gavetas da alma




Gavetas da Alma
Águida Hettwer

Serpenteiam na memória, canções que ouvia outrora,
Olhar suspenso no passado, lágrima de orvalho gotejante,
Resta-me folhear páginas, revivendo cada linha escrita,
Momentos de pura magia alvejante.

Enlace de almas a vagar pelo cosmo, em noite fria,
Carícias delineadas face a face, aprisionado sentimento,
Bebemos desse cálice de nostalgia,
Caminhando de mãos dadas na borda do tempo.

Tecendo rendas de momentos,
Alinhavando saudades despedaçadas,
No peito marcas que sangram entrelaçadas.

Nas gavetas de minh´alma,
Retalhos de um amor do passado,
Cria asas no poema alado.


09.09.2007

Ondulações





Ondulações
Águida Hettwer

Desenho no papel machê,
Ondulações da alma descortinando,
No alto da colina sobrevoando,
Sonhos que deixei no passado hibernando.

Metáforas do sentir no ritmo da espera,
Com o nanquim em punho, teus sinais indicam-me direções,
Eleva-me aos jardins diáfanos, em meiga primavera,
Onde me banho em cascata de emoções.

Traduzindo no poema plangente formosura,
Perfume de rosas inebriante,
Imergidas no oásis da memória fulgurante.


Espalhando incenso nos recantos etéreos,
Cristais translúcidos de ternura,
Na luz que permeia meu verso, tua imagem transfigura.


11.09.2007

Entrelace





Entrelace
Águida Hettwer


Meu olhar descortina a poesia,
Sendo escrita nas curvas da alma,
Soprando mornas brisas,
Encharcando de orvalho as vigas,

Quebrando-se na face feito lágrima,
Derretendo na pele amargas saudades,
O palpitar do amor, o coração estima,
A lei do verso revela intimidades.

Pingentes de estrelas perdem-se,
No firmamento,
A dor dilacera o peito.

Meus versos enamorados,
Entrelaçam com o silêncio,
Vagam no infinito de outros tempos.


16.09.2007

Debruça no meu peito






Debruça no meu peito
Águida Hettwer

Aqueça-me com o calor de teus braços, envolve-me com teus sussurros mais profundos, conta-me o enigma que esconde no olhar.
Em sonhos te busquei incessantemente, despertei em afagos no ego, no bailar de corpos suavemente.
Onde o amor permeia me grudei nessa teia de ilusões, enamorando as letras, descrevi com precisão os anseios de teu coração.
Debruça no meu peito e deleita, enrosca os dedos nos cabelos, vagando em cada centímetro meu, o território é seu, desbrava...
Na cumplicidade de nossas almas a vagar, faço morada eterna no seu coração, meu amor.
Percorrendo estradas em desalinhos, fazendo nosso ninho nas flores do campo a beira do caminho, meu corpo, jardim florido a desabrochar.
Buscam na memória fatos de nossa história, doces lembranças, germinadas no toque de ardentes beijos, o corpo enaltece.
Corações entrelaçados, unificando o amor que nos invade em mútuos sentidos.


04.06.2006


Amar-te

Amar-te
Águida Hettwer


Num recanto da alma, afaga-me mansamente a nostalgia,
Traduzindo em letra de poesia, lágrimas de amor,
Sonhos pernoitados nos braços da quimera
Orvalhando as madrugadas em brumas de alvor.

Em recôncavo profundo
Refugiamos-nos do mundo
Sou flor pequenina que floresce na haste,
Inspirando perfumes celestiais despertaste.


Prende-me na suavidade da brandura,
Navego num mar de sonhos e ternura,
Cantiga de sereia de um único verbo.

Hoje o silêncio meu fiel companheiro,
Resgata a ânsia perdida, o coração reclama,
Despertar da esperança adormecida conclama.


Amar-te!

27.09.2007

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Na luz do poema



Na luz do poema
Águida Hettwer

Enlaça-me com o perfume de jasmim,
Adocica meus anseios, com o puro mel das quimeras,
Galgar no firmamento, doces lembranças imantadas em mim,
Páginas escritas, num oceano de profundo sentir, onde a alma veneras.


No oásis da memória, tua imagem fulgura cintilante,
Canção amorosa que o peito brilhantina,
Sopra os ventos mágica melodia sibilante,
Amanhece num sonho azul, onde o sol descortina.


Em valsa lenta percorro a planície do teu corpo envolvente,
Desvendando encantos e contradições do amor,
Desenhando nas palavras, sentimento de paixão ardente.


Suaviza a alma, na luz do poema feito a quatro mãos,
Eu, a lua cálida, o perfume inebriante da flor,
E o silêncio, onde te encontro meu eterno inspirador...


12.07.2007

Relicário




Relicário
Águida Hettwer

Páginas marcadas de uma história em composição,
Baú de recordações, diáfano expressivo dos sentimentos,
Átimos contestam em compasso, suposição,
Silenciador de meus acalentos.

Instintos pairam a deriva, sonetos de meus pensares,
Transportam-me, em galanteios, seduzidos por teu olhar,
Despindo a alma em devaneios, o coração a mim, confiares,
Revestidos de inquietações as emoções a desfolhar.

Antúrios florescem em jardins celestiais,
Rouxinol a pipilar, vagando entre fragrâncias de flores,
Ilusões profundas a titubear, enfastiais,
Relicário dos anseios recôndito em olores.

O coração em redoma de vidro, sensível e frágil,
Em eterna mira, se junta às estrelas,
Cintila ao longe onde possa vê-la, ardil,
Na sonora canção da paixão, atrelas.


17.09.2006

Concedo-te



Concedo-te
Águida Hettwer

Girassóis a beira da estrada, rodopiam á procura de luz,
Entregam aos ares fragrância algoz embriagante,
Decifrando o amor, nessa paisagem, transluz,
Sons ecoam ao vento, intrigante.

Atravessando grutas e vales, me alojando mansamente,
Em aromas de lembranças navegando,
Através do olhar, concedo-te meu corpo, secretamente.
Mais que um sentimento latente, entre véus rasgando.

Renderem-se as emoções, chama ardente que carrego dentro do peito,
Luz da inspiração invade o breu, espargir magia,
Beija-me eternamente, do regozijo, extrair teu riso, rarefeito,
Amando-me sem juízo, arrebatando elegia.

Em sonhos infinitos, em teu porto encontro abrigo,
Perfume que ostenta nas mãos, desfalece meu corpo,
Regar minha vida com teus encantos, corre meu anseio perigo,
Do teu amor sou refém, teu aroma encorpo.


17.09.2006

Segundos



Segundos
Águida Hettwer

Retinem os sinos, meia noite em ponto, ecoam entre o vazio,
Vento solto, arrastando folhas solitárias de um lugar para o outro,
Sob aragem fria, lágrimas pingam desafiantes, esvazio,
Do peito em ruínas, teu amor deixou rastro.

As palavras se espalham, os anseios gemem latentes,
Destravando portas, desnudando a alma carente,
Dissonância de pensares, sentimentos renitentes,
Espelhos estilhaçados quebram tabus, interiormente.

Tua luz ofusca-me a visão, invólucro santo dentro do peito,
Afagos que escondem tuas mãos me fazem delirar em segundos,
Doces acordes balbuciam teus lábios, ultrapassam as páginas do livro refeito.
Em histórias reescritas que a alma conduz para outros mundos.
Diluir-se em essências, peregrinado em teu solo,
Na dimensão do amor envolver-te,
Na sombra formosa de tua alma, encontrar isolo.
Resgatam emoções, transverte.


13.09.2006

Ávida memória



Ávida memória
Águida Hettwer

As estrelas incorporam o breu dos céus,
Cintila fulgurante feito coração relapso,
Compunha versos adornados, rasgando os véus,
Deleito em veludo macio, num breve lapso.

Taças de cristais retinem, brindando o amor,
Nos lábios restou sabor de mel
Repentino frenesi, almas em primor,
Coração perdido em descompasso imbatível.

No bailar das emoções, melodia das águas,
Teimosa lágrima insiste a rolar,
Ditoso sentimento aflora na margem da memória,
Vidas entrelaçadas no fio da meada a modular.

Chama incandescente, refugio seguro,
A alma geme, empardece com seus clamores,
Sob a penumbra tênue embrenhado auguro,
Doces lembranças ávidas na memória, exalam olores.


06.10.2006

Codificação



Codificação
Águida Hettwer


Acenam quimeras ao longe, campos floridos perfumam o ar,
Revestidos os trigais dourados balançam com o sussurrar,
Vento Minuano, desatino da alma descortino, atenuar,
Paragem dispersa á margem do rio, redundar.

Nas rédeas do tempo, máquina estagnada, diletante,
Retratos emoldurados, bilhetes sobre a mesa, recados...
No tear, novelos de emoções, enlace num breve instante,
Cândida melodia espanta fuligem dos livros rabiscados.

Soam ao vento os acordes de viola, nas mãos castanholas,
Os pés saem do chão, os lábios balbuciam o refrão,
Num presságio diante dos olhos, enredo das canções trêmulas,
Lâmina afiada palavras cortantes, na alma arrebatarão.

Coração codificado partilha de intimidade,
Recostar o peito em superfície plana, deleitar,
Por entre as veredas, som perdido no silêncio, vulnerabilidade,
Porta entre aberta, convite a entrar...


04.10.2006

Simplicidade








Simplicidade
Águida Hettwer

No silêncio da mente, encontro do céu e mar,
Lembranças esquecidas sobre a areia da praia,
Nostalgia pairando no ar a arrimar,
Sob os prismas prateados do luar, espraia.

Febre queima dentro do peito, olhos marejados de prantear,
Salgada lágrima, ofusca-me a visão,
Corpo em combustão, seiva feita de improviso a pleitear,
Pergunta que o tempo eternizou em colisão.

Com olhos da alma tudo pode ver,
Simplicidade de uma chama acesa,
Um relâmpago no escuro a dissolver,
Incenso a exalar olor aromático, apresa.

Em linhas tortas, florir um novo dia,
Colher a semeadura, nos raios da aurora,
Açucena rósea a desabrochar resplendia,
Sol que arde ainda na tardinha em ousadia.


03.10.2006

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Palco, cortinas e sonhos



Palco, cortinas e sonhos
Águida Hettwer

Luz misteriosa que se revela aos poucos,
Cobre-me com os véus de teus desejos,
Abrem-se as cortinas da alma, em panoramas, cênicos.
Rouba a cena com teus encantos e gracejos.

Solidifica teus anseios sob a penumbra,
Resplandece em cada facho de luz, teu brilho próprio,
Dançamos nas pontas dos pés, onde a platéia vislumbra.
Sem rodeios, no enlace me aproprio.

Em junção de corpos, bailamos, embalando sonhos,
Sob teus braços, acalento anseios, magia pura,
Névoa da madrugada nos envolve juntinhos,
Toma-me novamente pela cintura.

Pisamos no solo do paraíso, onde a fantasia espalha-se no céu,
De brancas nuvens, baila comigo na entrelinha da realidade,
Extravasa o sentimento no peito, fazendo escarcéu.
Em versos adornados de desejos que a alma compunha em sensibilidade.


30.08.2006

Meus pensares


Meus pensares
Águida Hettwer

Flâmula acesa num ponto do infinito,
Sentimento cravado em minh ´alma,
Incandescer da aurora, incógnito,
Mesclados róseos, riscam os céus em gama.

Em carícias na pele, pêndulo de meus anseios,
Sedimentado pelo tempo, seivas nutridas,
Similitude de pensares, alma em devaneios,
Das entranhas renascidas.

Corta-me os fios, dos desenganos,
Resenhar dos fatos, vestígios de saudade,
Sentimentos afloram diáfanos,
Embevecidos em pura densidade.

Na beleza dos versos desencadeia,
Reverencia o amor, em plenitude,
Explode emoções no coração, alardeia,
Absoluto sem fronteiras, alastra-se em magnitude.


06.09.2006

Fragmentos



Fragmentos
Águida Hettwer

O silêncio da noite me faz companhia, ruas vazias, folhas secas arrastadas pelo vento, brotam as letras na memória, descrevo emoções e sentimentos da alma, território da paz, extasiada com a melodia dos pingos da chuva na vidraça.
Dedilha os mistérios do coração, aflora em suave canção, te pressinto no ar.
Onde as estrelas cintilam a sinfonia do amor, prossigo a desnudar os versos de minha mente.
Na expressão do toque, entrelaçar das mãos, embargarem a voz, deixe o silêncio falar por si...
Perco-me no véu de sua beleza, banhando-me com sua luz, navegando no oceano de teus desejos, sombras e ilusão, lágrima que ousaste a experimentar, enfrentando os desafios.
Da rima que esconde em cada verso, fragmentos de vida, basta ser livre para voar na imaginação, mas o que floresce é o amor.


30.11.2005

Ressonâncias


Ressonâncias
Águida Hettwer


Balançam as cortinas do meu pensar,
Rastejam os anseios, pedindo passagem,
No ressoar do vento, suave pousar,
Teu aroma adentrou na pele feito tatuagem.

Em brisas amenas, belas paragens,
Os corpos envolvem-se nessa teia de emoções,
Elevam aos céus coloridas plumagens,
Olhares que se cruzam, refletem inquietações.

Em mãos cálidas, persigo teu aconchego,
Acorda a alma do sonho, desperta em carícias,
Esboço de ternura, nos véus do âmago.
Enlace penetrante, coração aposto em diligencias.

Alma em punho, ressoa nos versos,
Provocando alvoroço nas ilusões,
De amantes entregues e submissos,
Sentimento aflora, no uivar do vento, em outras dimensões.


05.09.2006

Alinhando almas


Alinhando almas
Águida Hettwer

No remanso das madrugadas divagando, sobre a mesa papel timbrado,
Garimpando tesouros escondidos, paredes de enigmas a decifrar,
O amor se revela, no poema sombreado,
Perco-me bailando em emoções alheias que dilaceram a alma ao vislumbrar.

Diante da lágrima de cristal, sendo derramada,
As palavras se calam, dando lugar ao silêncio esmaecido,
Despindo a alma sob o véu translúcido da magia articulada,
Sou terra, água e fogo, elemento em pó desfalecido.

Relutâncias contra o tempo, frases estarrecidas na memória,
Perfume que extasia os sentidos, doces lembranças,
No verso que abraça o tema, paixões que alojam no peito em euforia.

Sonhos que por lá passaram, a rima que conta história,
Cantigas de amantes, palavras de dialeto único,
Desvendando segredos, no alinhamento perfeito do olhar.



09.07.2007

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Caligrafia da alma


Caligrafia da alma
Águida Hettwer


Abri os portões das quimeras,
Decodificando a alma em suave burburinho,
Na maciez das lembranças efêmeras,
No sibilar do vento, pensamentos soltos somam carinho.

Balançam trigais dourados em terras passadas,
Parei o relógio do tempo, em auras andanças,
Na tertúlia da alvorada, sonhos florescem em bonança,
Gradeando o coração de nostalgias arquivadas.

Em melodias celestiais, lacrimejam as letras de meus poemas,
Rabiscando confidências,
Em almas enamoradas, esculpindo essências.

Na caligrafia da alma,
Réstia de felicidade
Embrenhados nos véus da eternidade.


12.04.2007

Encanta-me


Encanta-me
Águida Hettwer

As estrelas incorporam no breu da noite,
As palavras rugem querendo aflorar no desalinho,
Na perspicaz batida do coração me aninho,
Sentimento emoldurado afoite.

Encanta-me chegando mansamente,
Sem avisar, surpreenda-me veemente,
Com perfume de flores trazidas nas mãos,
Colhidas ainda com gotas de orvalho de pura emoção.

Soluços contidos em madrugadas de luar,
Emoções a flor da pele, inebriante sedução,
Vibra a lira da paixão.

Cálice que embriaga a alma,
Envoltos na energia do amor
Em uma noite de verão.

14.04.2007

Fragilidades da alma



Fragilidades da alma
Águida Hettwer


Rodopiam os versos na mente,
Em silêncio vigilante,
Entrego-me a malícia dos dedos,
Que me traem revelando meus segredos,

Em realidade arrebatada, mágico canto,
Sintetizando fragilidades da alma em afetividade,
Embora eu órfão no tempo, utópico encontro,
Lágrimas sentidas escoaram sem piedade.

Embevecida em cálice de memórias,
Tombado de nostalgia no ar,
Calam-se os versos mesclados de dor, transporias...

Na quietude das madrugadas,
A leveza das brisas no meu versejar,
São inúteis os sentimentos abafar.

11.05.2007

Mera expectadora



Mera expectadora
Águida Hettwer


Descortino o mundo na minha frente,
Pintando sonhos azuis, em aquarela de cores,
Reescrevo a história de forma transparente,
Sou dona de mim, afugento conspiradores,

Danço na regência do coração,
Sem jogar cartas sobre a mesa, profetizo o amanhã,
Na lágrima de emoção,
Desvendo segredos do olhar, que a alma esquadrinha.

Sou flor desperta em manhã primaveril,
Geada amassada no inverno,
No tempo, mera expectadora pueril.

Alimento-me de afagos,
De fantasias visto-me,
Realizo desejos, sou poeta dos ensejos.


17.05.2007

Aninho-me


Aninho-me
Águida Hettwer


Nas siglas do tempo, coração ansioso range,
Reverso sentimento,
Folhas arrastadas pelo vento,
Carregam meu pensamento para longe.

Quisera pintar-te em aquarela de sonhos,
Em tela vazia, traçar a luz do teu olhar,
Nas mãos de um artista, te desenhar,
Uma pintura onde tu és o tema, sem rascunhos.

Revelando teus anseios sobre nuances de cores,
Num imenso oceano de profundos desígnios,
Esvaziando-me plena de ti em destemores,
Aninho-me nas palavras que balbuciam teus lábios,

Num pedestal de fantasia e sutileza,
Tocaste-me no âmago aflorando a beleza
Do sentimento que semeou em mim...


19.05.2007

quarta-feira, 4 de julho de 2007

Amor, infinito amor


Alma viril



Alma viril
Águida Hettwer

Percorro as linhas, desvendando segredos, afugentando medos de um homem viril, traço marcado, coração perfurado, no silêncio do âmago.

Essência marcante penetrou de mansinho a semente do amor no solo do coração, argumento da sua inquietude, escrito com o calor da alma em chamas, ponto de interrogação, quando a pálpebra se fecha, desenho na mente o que se passa em meu ser.

Fragilidade, faces e máscaras, alma viril, sensibilidade no toque das mãos, envolve-me com tua magia.
Pássaro livre, prisioneiro das paixões sobrevoa os mares, no alto da montanha, repousa nos braços da alvorada.

No enlace da noite, revigora, vagueia sem saber onde parar, voz que cala e encanta palavras secretas, murmúrio ao pé do ouvido.

Desvendando anseios no misto de ternura, saboreando cada verso, bebendo o cálice do amor, lentamente na opacidade do luar.

Na imensidão do escuro, espreita a estrela do seu olhar, ecos gritantes na ilha de teu ser, alma viril.


19.12.2005

Quiçá


Quiçá
Águida Hettwer


Intensas noites, onde me aconchego nos braços da poesia,
Procurando nas brumas redefinir a margem do sonho,
Despertar a aurora adormecida,
Pintando telas surrealistas ao compasso dos dias alcunho.

Desabrochando esperanças em cada raio do sol,
Aquecendo a alma em transição,
Desenhando paragens bucólicas, ao som de Rouxinol,
Em cenários estagnados pela destruição.

Refugiando-me no volátil tempo, desfaleço e revivo,
Agregando palavras genuínas, alienadas as emoções,
Quiçá reflorestar o amor no coração vingativo.

Parábolas que a mente descreve alusiva,
Com precisão de detalhes,
Em sítios do âmago cativo.


20.06.2007

Urgência



Urgência
Águida Hettwer


Recuso-me aceitar os dissabores da vida,
Palavra de humilhação ao semelhante,
Proferida, escrita e sentida na pele,
Verdades marteladas em pedaços.

Tenho urgência de apagar rastros de lágrimas,
Abrir portas trancafiadas,
Nas grades das casas há expressões de medo, suspiros indefesos,
Libertinagem de um mundo selvagem em que vivemos.

Há urgência de paz na terra,
Onde possamos respirar aliviados,
Sem a arma da perdição,
Matando milhões...

Não me peça para esperar sentada,
Há urgência da infância inocente a ser resgatada,
Pão saboroso na mesa, teto e educação,
Para o filho do cidadão.

Atando os nós de contendas,
Afrouxando as comportas da esperança,
Aflorando nas mãos, doces carícias,
Do olhar maroto, extrair a sã malicia!

Há urgência de arrependimento e perdão,
Conversão do caminho errante,
Trilhando novos rumos, de um bom testemunho.

Há urgência de vida!


26.06.2007

Rastreando corações...


Sigo teus passos, marcas na estrada, perfumes suaves, geram flores e amores, sob a luz de um sorriso, ultrapassa o coração, através da alma avidamente.
Suspiro profundo, lágrimas que rolam, rastreando corações, pegadas no deserto, oásis perdido, descanso nas sombras alvas, areias brancas.
O oceano esconde seus segredos, na fúria da noite, chora seus medos em ondas arremessadas contra as pedras.
Fulgor do infinito, decifrar das emoções, repletas e límpidas, nomear o desconhecido, perpétuo amor, envolvida na beleza de teu ser.
Ecoam ao vento como orquestra harmônica, a tua voz mansa, carícias adentrou no peito, aninha-se no aconchego do âmago, deleito razão e ternura.
Em suavidade desnudar as palavras, carregadas de emoções.


04.01.2006
autoria: Águida Hettwer

Sintonia de amor...


Abraça-me como os raios do sol intercalam as nuvens azuis em manhãs de verão, flores desabrocham, perfumando o ar, a relva escorre do telhado das casas, pingando em latas velhas, sintonia de amor, aflora na pele, envolvente sensação.
Através das frestas da janela, o vento passa a brincar com as cortinas, dança de corpos, flutuam no manto escuro da noite, borrifar fragrância de amor, sobre o firmamento, espalhando sentimentos e emoções em corações vazios.
Dádiva dos céus, pisarem em estrelas, rumo ao infinito, doce quimera, atravessa eras, vestígios de ilusão, regato de paixões, debruçam-me nas asas da imaginação, sobrevoando o solo da lua, hasteando a bandeira do amor.
Cavalgar as entranhas do coração, desbravando emoções, dentro de mim o amor transporta retalhos de vidas, na rima que esconde cada verso, reflexo nas palavras.

01.01.2006


autoria: Águida Hettwer

Sublime afagar...

Sublime afagar...
Águida Hettwer

Atravesso a fronteira do inconsciente, submerso em delírios, ausências, longas distâncias, cântico sendo reescrito, imune de críticas e opiniões.
Afagar eterno, sublime amor, sons ecoam, sussurrar das paixões, inevitável olhares que se encontram mãos entrelaçadas, corações pulsantes de emoções.
Lembranças sangram, roçam na mente, vasculham nas entrelinhas, vestígios de sentimentos, súplicas ao pé do ouvido, solidão da alma, calafrios.
Amanhecer testemunha ilusões, transpirando esperanças, andanças, ruas vazias, solitário andante, me arrastando entre a fantasia e realidade, alguém que saiba sorrir, um coração para entregar, saciar a sede na fonte do amor, sob o peso de carícias profundas, troca de desejos e anseios.
Fulgor das estrelas no olhar, abrigo nas asas da paixão.

04.01.2006

Hoje me contento...



Acolho com ternura frases ditas
Na essência perfumada do olhar,
Adentro as margens do tempo,
Despindo a alma em doces devaneios.

Lágrima incontida acariciando a face,
Na luminosidade do alvorecer,
O silêncio aconselha-me,
A eternizar o momento profundo.

Faz-me meditar meus valores,
Naquilo que acredito,
A força que me sustenta,
E me faz ver além.

Transformo-me em gigante,
Em situações reais do cotidiano,
Cenário banal, passado em filme,
Em preto e branco.

Quisera retroceder o tempo,
Instalar-me nos corações,
Passeando lentamente,
Descobrindo os porquês de muitas perguntas.

Respostas que talvez um dia,
Com clareza eu consiga entender,
Hoje me contento...
Em simplesmente viver!


02.07.2007

autoria: Águida Hettwer


Pacto


Em horizontes que se refugiam em nuvens, fazendo pirraça,
Palavras eternizadas no tempo constituídas,
Em poesias que deslizam imbuídas
Em pingos de chuva na vidraça.


Nos bastidores de manhãs submersas de neblina,
Folhas secas desprendem calmamente das arvores,
Meu coração arrastado pelo vento, dança em suave melodia,
Refugiando a coreografia na alma.


No meu jardim interior
Há oásis aromatizados,
Em meus silêncios, escuto o murmúrio,
Da lua dos enamorados.


Na ampulheta do tempo, gotejantes pingos de luz,
Em um pacto eterno o amor e a loucura,
Se fundem em uma única chama,
Ardente e transparente que meu caminhar conduz.


04.05.2007


autoria: Águida Hettwer

No relicário da alma


Em papel grafado, meus pensares deixo retratado,
Declaro para todos os fins, que o amor habita em mim,
Amor, doce melodia da qual me embalo,
Em cenários na alma refugiado.

Momentos delicados transformados em relicários,
Palavras envoltas em perfume de rosas acalentam
Gotas de lágrimas cristalizadas, no vento soam murmúrios,
No pulsar dos corações, encantos e desencantos fomentam.

Conjugação plena de felicidade, em desejos que sobrevivem,
No mais puro entrelace das mãos, sonhos renascem,
Almas geminadas atravessam o lúdico desafio do tempo.


Num paraíso escondido onde pernoitamos,
Nossos anseios perpetuam elos por uma vida inteira,
Na cortina que separa-nos do mundo lá fora.


30.04.2007

autoria: Águida Hettwer